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FALANDO AOS JOVENS

                  "Quando falarmos do mundo e dos conhecimentos que o Homem tem dele, não sejamos sectários. Os nossos jovens já conhecem tantos ditadores. Todos à sombra dos seus dogmas como suas casas atrás de muros  e  cerca eletrificada. Os ditadores esqueceram que a terra mudou e os ventos sopraram. Uma época nova chegou."

“Vivamos e façamos viver. Escutemos e façamos escutar. Pensemos para aprendermos a pensar. Não imponhamos o que sabemos, mas façamos amar a busca da verdade.
Desde sempre temos recitado o pensamento de outros homens. Que finalmente recitemos a nós próprios no mais profundo do nosso ser, pois é lá que os jovens verão o nosso entendimento. É lá que reside a força que move montanhas, porque é lá que todo conhecimento reside desde o início da vida humana. 
O pensamento é essência da verdade de cada um, que nós aprendamos então a pensar”.
"Vivamos cada palavra que pronunciarmos, porque nossa linguagem pode transformar-se em fronteira e separados uns dos outros não estamos e não somos."
"Vamos ao encontro dos jovens, mas, contudo não percorramos o caminho em seu lugar, sejamos a pedra de onde simplesmente brota a sabedoria das novas gerações."
"Não falemos aos jovens de Deus, mas do amor que dorme neles. Ensinamos-lhes a ter vontade de amar, é tudo que  Deus nos pêde".
"É preciso que a rocha se transforme em pedra preciosa que brilha e ilumina os passos do Homem, que a erva seja árvore que gere frutos e proteção para os famintos e desabrigados. Que os jovens despertem para a humanidade. Que  o Homem se despoje para deixar surgir a humanitude, semelhante às estrelas que iluminam os seus próprios caminhos seja lá quais forem."                
"É preciso que a vida seja o maior de todos os bens, que no poder dos bens materiais os homens façam-se presentes como pequeninos sóis que unidos a outros sejam um só raio de luz  sobre o planeta para protegê-lo do perigo da ignorância. Isto se realiza  pela reeducação dos hábitos e das inteligências."
"Lembremos que a verdadeira educação é fenômeno de dentro para fora, purificador  interno de cada  criatura humana. Pessoas educadas têm ações conscientes. Elas sabem amar e respeitar o próximo. Obedecem com o consentimento da razão, se resignam com consentimento do coração. Tem consciência de sua individualidade e do seu Eu."
“Não esqueçamos que a satisfação mental é mais terrível do que a falta de amor, pois significa a própria falta de amor disfarçada em sabedoria. Sejamos homens que possam ser reconhecidos pela sabedoria que emana do nosso coração. Pois, o mental só pode falar com seus semelhantes e nada acrescentar de vivificante, ele se  autodestrói."

"Cuidemos do nosso proceder. Oremos, mas não nos esqueçamos da vigilância sobre nossos pensamentos e atos. São eles que permanecem na memória da Terra como exemplo às gerações novas, como exemplo aos jovens."

Inspirado no livro O Caminho dos Essênios – Daniel Meurois e Anne Givaudan

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Busca do homem divino

Assim como os rios que correm vão descansar no oceano e lá deixam para trás seus nomes e formas, assim também aquele que adquire o verdadeiro Conhecimento, liberto do nome e da forma, alcança o Homem divino, que está além do além.

(Mundaka-Upanisad)

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“Conhece-te a ti mesmo”

Por: Roberto D'arte

Normalmente atribuída ao filósofo grego Sócrates (479-399 a.C.), a frase “conhece-te a ti mesmo” é, na verdade, a inscrição que se via na entrada do Oráculo de Delfos. Neste local, dedicado a Apolo (na mitologia grega, o deus da luz e do sol, da verdade e da profecia), buscava-se o conhecimento do presente e do futuro por intermédio de sacerdotisas.
Na filosofia socrática o “conhece-te a ti mesmo” se tornou uma espécie de referência na busca não só do auto-conhecimento, mas do conhecimento do mundo, da verdade. Para o pensador grego, conhecer-se é o ponto de partida para uma vida equilibrada e, por consequência, mais autêntica e feliz.
Nessa visão, maturidade não é um desdobramento natural do tempo vivido, e sim resultado da vontade, do esforço de cada indivíduo em conquistá-la. Exatamente por isto é possível encontrar pessoas vazias em plena velhice e, ao contrário, mentes sábias no auge da juventude.
Como o autoconhecimento não é tarefa das mais fáceis, uma parcela significativa da humanidade prefere se debruçar à janela para espionar ou encontrar defeitos no outro. É muita pretensão de alguém usar as pessoas como alvos de seu olhar e sua língua quando pouco ou quase nada se sabe de si mesmo!
Sempre que me deparo com crimes chocantes, como o de Lindenberg Alves (que recentemente seqüestrou e matou a ex-namorada, Eloá Pimentel), o de Suzane von Richthofen (que ajudou a matar os próprios pais) ou o do jornalista Pimenta Neves (que também assassinou a ex-namorada), penso como eram estas pessoas na infância. O que faziam, de que brincavam, o que gostavam, o que não gostavam, como se relacionavam com os pais e com os amigos, quais eram suas angústias, seus sonhos... Dados que talvez pudessem dar alguma pista sobre as escolhas que fizeram mais tarde.
Será que realmente eles se conheciam? Será que eles e tantos outros que tomaram os mesmos rumos tiveram a oportunidade de encontrar respostas para seus questionamentos? Lindemberg, Suzane e Pimenta Neves não cometeram crimes por questões ligadas a privações sociais, como a fome, a falta de moradia ou o desemprego. Muito menos por desconhecimento de valores éticos, já que os três tinham discernimento sobre o assunto.
Por mais que uma análise nesse sentido requeira algumas variáveis, é possível afirmar que faltou lucidez mental aos criminosos mencionados aqui. Faltou a razão, que talvez os deixasse menos vulneráveis moral e psicologicamente.
Não se conquista tal lucidez mental senão através do autoconhecimento. Se os pais desejam ver seus filhos crescerem com mente sadia, o melhor remédio é incentivá-los a se conhecerem melhor a cada dia. Isto vale tanto para o campo racional quanto para o emocional. As repercussões práticas de cada um deles vão depender de quão harmonizados eles estiverem.
Indo agora além da Filosofia e mesmo do campo religioso, acredito que o autoconhecimento é obtido através de caminhos racionais e emocionais, mas, muito mais ainda, através da espiritualidade. Excesso de razão pode desembocar em orgulho e prepotência; excesso de emoção pode provocar desequilíbrio e desencontros. A harmonia espiritual costuma ser o fiel da balança entre este dois extremos que habitam em cada um de nós.
Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com/filosofia/conhecete-ti-mesmo.htm